sábado, 31 de março de 2012

Oásis de Bethânia



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http://www.radio.uol.com.br/#/busca/volume/oasis de bethania


Oásis de Bethânia (2012)
1. Lágrima (Orlando Silva)
2. O Velho Francisco (Chico Buarque) Participação de Lenine
3. Vive (Djavan)Participação de Djavan
4. Casablanca (Roque Ferreira)
5. Calmaria (Jota Velloso) / Não Sei Quantas Almas Tenho (Fernando Pessoa)
6. Fado (Roque Ferreira)
7. Barulho (Roque Ferreira)
8. Lágrima (Sebastião Nunes, José Garcia e José Gomes Filho)/
Calúnia (Marino Pinto e Paulo Soledad)
9. Carta de Amor (Paulo César Pinheiro)
10. Salmo (Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro)
Letras das músicas:
1. Lágrima (Orlando Silva)
Ai, deixa-me chorar
Para suavizar
O que eu não sei dizer
Mas sei sentir
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir
Rir é quase iludir
É querer forçar
O próprio coração
A gargalhar
Quando ele está solitário na dor
A soluçar de amor
É mais sublime
A lágrima que exprime
As nossas emoções
Amenizando
A alma cheia de ilusões
Do que sorrir
Para esconder a mágoa
Que o olhar não diz
Não há ninguém feliz
Quero fazer das lágrimas que choro
Estrelas a brilhar
Rosas de cristal
Do pranto emocional
Mas se ela voltar
Pungente diadema
Então lhe ofertarei
Do pranto que eu chorei
Sim, quem nunca chorou
Certo nunca amou
Talvez nem alma tenha para sentir
Não me faz inveja esse prazer
É gosto até de padecer
Chorar e a mágoa em pérolas diluir
Mas quem quiser amar
Certo de há de chorar
Há de sentir morrer o coração
Porque o amor sendo belo falaz
Comos os ais
Se desfaz em ilusão
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2. O Velho Francisco (Chico Buarque) Participação de Lenine
Já gozei de boa vida
Tinha até meu bangalô
Cobertor, comida
Roupa lavada
Vida veio e me levou
Fui eu mesmo alforriado
Pela mão do Imperador
Tive terra, arado
Cavalo e brida
Vida veio e me levou
Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco
Vem todo domingo
Tem cheiro de flor
Quem me vê, vê nem bagaço
Do que viu quem me enfrentou
Campeão do mundo
Em queda de braço
Vida veio e me levou
Li jornal, bula e prefácio
Que aprendi sem professor
Freqüentei palácio
Sem fazer feio
Vida veio e me levou
Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco
Vem todo domingo
Tem cheiro de flor
Eu gerei dezoito filhas
Me tornei navegador
Vice-rei das ilhas
Da Caraíba
Vida veio e me levou
Fechei negócio da China
Desbravei o interior
Possuí mina
De prata, jazida
Vida veio e me levou
Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Hoje não deram almoço, né
Acho que o moço até
Nem me lavou
Acho que fui deputado
Acho que tudo acabou
Quase que
Já não me lembro de nada
Vida veio e me levou
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Mandei, caiá meu sobrado
Mandei, mandei, mandei
Mandei caiá de amarelo
Caiei, caiei, caiei!
Amarelo que lembra dourado
Dourado, que é meu berimbau
Dourado, de cordão de ouro
Besouro, Besouro, Besouro
Pra quem nunca ouviu falar
Pra aqueles que dizem: é lenda!
Pois saibam que Besouro preto
Viveu, viveu e morreu!
Pras bandas de Maracangalha,
Sem temer a inimigo nenhum
Não valeu, seu corpo fechado
Pras facas de aticum!
Mas mesmo depois de morto
Entre uma e outra cantiga
Besouro vai sempre viver
Enquanto existir mandinga!
Mandei, caiá meu sobrado
Mandei, mandei, mandei
Mandei caiá de amarelo
Caiei, caiei, caiei!

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3. Vive (Djavan) Participação de Djavan
É inútil, chorar, noites inteiras
Ruir, por nada, assim
A minha vida, é sua
Como marinheira
Sofrer, não há, porque
Desencana meu amor
tudo seu é muita dor
Vive
Deixa o tempo resolver
o que tem que acontecer
Livre
Tanto que eu sonhei
Nos amar, a pleno, vapor
Tanto que eu quis
Fazê-la estrela da sagração de um ser feliz
Desinflama meu amor
do seu jeito é muita dor
Vive
Deixa o tempo resolver
Se tiver que acontecer
Vive
Desencana meu amor
Tudo seu é muita dor
Vive
Deixa o tempo resolver
o que tem que acontecer
Livre
La la la laia laia la la la hum hum hum huhummm

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4. Casablanca (Roque Ferreira)
Era um bar
era uma lua de champanhe no mar
uma cantiga de carinho a tocar
nas noites de verão
sinto saudade da gente
se amando contente
do mundo invejar
Eu quero a festa
e as luzes e cores
que você trazia no céu do olhar.
era sonhar, em preto e branco no cinema:
será que Casablanca ainda vai passar?
Acho que vou chorar…

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5. Calmaria (Jota Velloso) / Não Sei Quantas Almas Tenho (Fernando Pessoa)
Ê calmaria
melancolia que devora
tempo espicha
o segundo vira hora
Ê calmaria
traz a mágoa e vai-se embora
Quem quer singrar os mares
Sem passar por tempestades
É melhor fincar n’areia
O barco a vela, a vontade
Quem teme a escuridão
Nem cresce ver o brilho
passeando no arco da amplidao
Ê calmaria
Vento vem e leva embora
Meu Deus não me livre disso
não me livre disso, não me livre disso,
Desse risco de tristeza,
desse amor feito por isso
desse rasgo de beleza
Sempre a beira do abismo
Ê calmaria
Vento vem e leva embora
Ê calmaria
Vento vem e leva embora
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(recortes de poesias de Fernando Pessoa)
“Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem olhei.
De tanto ser, só tenho alma.
Às vezes sou o Deus que trago em mim
E então eu sou o Deus, o crente e a prece
E a imagem de marfim
Em que esse Deus se esquece.
Às vezes não sou mais que um ateu
O mundo rui a meu redor, escombro a escombro.
Os meus sentidos oscilam, bandeira rota ao vento.
E esse é todo o sentido da minha vida”

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6. Fado (Roque Ferreira)
Por quem tu te consomes, coração?
E somes nessas águas de arrebentação
Rolando ao sal dos sonhos
Vai arrastando dores
Inaugurando mares
Com teu pranto de amores
Por quem te enclausuras
Na força das marés
E cantas sem ternura
A luz dos cabarés
Por quem tu te desvelas, coração
E levanta as velas, vais na ventania
Sabendo do naufrágio que o tempo anuncia
Preferes a procela à paz da calmaria
Que anjo dissoluto põe tua embarcação
Na fúria dessas águas
Longe da ilação

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7. Barulho (Roque Ferreira)
Fazendo tanto barulho
Você vai acordar meu orgulho
Que tanto dorme por nós
Tudo relevo e tolero
Mas já falei
‘Eu não quero que me levante a voz’
Apesar das divergências
Com todas as disavenças
A gente não separou
Porque meus olhos fechei
E sem rancor, perdoei
Os seus crimes de amor
Pode mentir à vontade
Eu sei que fidelidade
Não é seu forte afinal
E mesmo que eu quisesse
Ainda que eu pudesse
Não ia fazer igual
Porque só beijo quem amo
Só abraço quem gosto
Só me dou por paixão
Eu só sei amar direito
Nasci com esse defeito
No coração

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8. Lágrima (Sebastião Nunes, José Garcia e José Gomes Filho) / Calúnia (Marino Pinto e Paulo Soledad)
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Quando você foi embora
Meu coração não parou
Sei que você hoje chora
Porque não tem mais o meu amor
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Quando você foi embora
Meu coração não parou
Sei que você hoje chora
Porque não tem mais o meu amor
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Quando você foi embora
Meu coração não parou
Sei que você hoje chora
Porque não tem mais o meu amor
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Nenhuma lágrima
Derramei com você
Quiseste ofuscar minha fama
E até jogar-me na lama
Só porque eu vivo a brilhar
Sim,mostraste ser invejoso
Viraste até mentiroso
Só para caluniar.
Deixa a calúnia de lado
Se de fato és poeta
Deixa a calúnia de lado
Que ela a mim não afeta
Tu me ofendes,tu serás o ofendido
Pois quem com o ferro fere
Com ferro será ferido.

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9. Carta de Amor (Paulo César Pinheiro) Textos de Maria Bethânia
Não mexe comigo
que eu não ando só
eu não ando só
que eu não ando só
Não mexe não
Não mexe comigo
que eu não ando só
eu não ando só
que eu não ando só
Tenho zumbi, besouro, chefe dos tupis. Sou tupinambá. Tenho os erês, caboclo boiadeiro, mãos de cura, morubixabas, cocares, arco-íris, zarabatanas, curare, flechas e altares. A velocidade da luz no escuro da mata escura, o breu, silêncio, a espera… Eu tenho Jesus, Maria e José, Todos os pajés na minha companhia. O menino Deus me contou.
Não misturo, nao me dobro. A rainha do mar anda de mãos dadas comigo. Ensina o baile das ondas e canta, canta, canta pra mim. É do ouro de Oxum que é feita a armadura que guarda meu corpo, garante meu sangue e minha garganta. O veneno do mal não acha passagem. No meu coração Maria acende sua luz e me aponta o caminho.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de Iansã. Giro o mundo, viro, reviro. To no reconcavo, quem fez. Voo entre as estrelas, brinco de ser uma. Traço o Cruzeiro do Sul com a tocha da fogueira de João menino. Rezo com as 3 Marias. Vou além. Me recolho no esplendor das nebulosas, descanso nos vales, montanhas. Durmo na forja de algum. Mergulho no calor da lava dos vulcões, corpo vivo da alma de Xangô.
Não ando no breu…
Nem ando na treva…
É por onde eu vou
que o santo me leva
Não ando no breu…
Nem ando na treva…
É por onde eu vou
que o santo me leva
Medo não me alcança, no deserto me acho. Faço cobra morder o rabo, escorpião virar pirilampo. Meus pés recebem bálsamos: Unguentos suave das mãos de Maria, irmã de Marta e Lázaro, No oásis de Bethânia. Pensou que ando só? Atente ao tempo. Não começa nem termina, é sempre. É tempo de reparar na balança de nobre cobre que o rei equilibra. Fulmina-me justo. Deixa nua a justica
Eu não provo do teu fel
Eu não piso no teu chão
E pra onde você for
Não leva meu nome não
E pra onde você for
Não leva meu nome não
Eu não provo do teu fel
Eu não piso no teu chão
Pra onde você for
Não leva meu nome não
E pra onde você for
Não leva meu nome não
Onde vai valente? Você secou. Seus olhos insones secaram. Não veem brotar a relva que cresce livre e verde, livre da tua cegueira. Seus ouvidos se fecharam a qualquer música, a qualquer som. Nem o bem nem o mal pensam em ti. Ninguem te escolhe. Você pisa na terra e apenas nao a sente, apenas pisa. Apenas vaga sobre o planeta. E já nem ouve as teclas do teu piano. Você está tão mirrado que nem o diabo te ambiciona. Não tem alma. Você é o oco do oco do oco do sem-fim do mundo.
O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,
não sou eu que vou lhe dar,
não sou eu que vou lhe dar.
O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,
não sou eu que vou lhe dar,
não sou eu…
Eu posso engolir você, só pra cuspir depois. Minha fome é matéria que você não alcança. Desde o leite do peito da minha mãe até o sem-fim dos versos, versos, versos, que brotam no poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita na palma da inspiração de Caymmi. Se choro, quando choro, minha lágrima cai é pra regar o capim que alimenta a vida. Chorando eu refaço as nascentes que você secou. Se desejo, o meu desejo faz subir marés de sal e sortilégio.
Vivo de cara pro vento, na chuva. E quero me molhar. O terço de fátima e o cordão de Ghandi cruzam meu peito: sou como a haste fina, que qualquer brisa verga, mas nenhuma espada corta.
Não mexe comigo
que eu não ando só
eu não ando só
que eu não ando só
Não mexe não
Não mexe comigo
que eu não ando só
eu não ando só
que eu não ando só
Não mexe comigo…

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10. Salmo (Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro)
Vida
Oh! Bela, oh! terna, oh! santa
Vida
É breve, é grande, é tanta
Vida
Ai, de quem não te canta, oh vida…
Diante da vida delirante
Ai, de quem, vacilante,
Repousa e não ousa viver…
Deve passar toda existência
Entre o medo e a ansiedade
Não quero ter calmaria
Eu quero ser tempestade
Eu quero ser ventania
Eu quero andar pela cidade
Me embriagando de poesia
Bebendo a claridade
Da luz do dia.
Diante da vida comovente
Ai de quem, tão somente,
Reclama e não ama viver…
Deve ter feito dentro d’alma
Um vasto mar de amargura
Não quero ter agonia
Eu quero sim, a locura
O fogo da fantasia
Um precipício de aventura
A vida vindo como orgia
No ofício da procura
De todo dia.
Diante do espelho dos seus olhos, ai, de quem não se vê
(Não vê seu destino)
Eu quero ver meu desatino frente a frente e poder dizer:
- Você é quem sempre me dá prazer.
Entre você e a calma eu quero ser você, ai!…
Diante do abismo do mistério, ai, de quem se esconder
(Não vai saber)
Eu quero o salto pra vertigem de mim mesmo e poder dizer:
- Eu era o caos e o caos eu quero.
Eu quero o nada, o germe, eu quero a origem de tanto querer, ai!
Diante da vida que é sublime
Ai, de quem se reprime,
Se ausenta e nem tenta viver…
Deve ficar olhando o mundo
E lamentando sozinho.
Não quero ter letargia
Eu quero ser rodamoinho
Eu quero ser travessia
Eu quero abrir o meu caminho
Ser minha própria estrela-guia
Virar um passarinho
Cantando a vida assim
Cantando além de mim
E além de além do fim.

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quinta-feira, 22 de março de 2012

Senhora das Tempestades





Senhora das tempestades e dos mistérios originais
Quando tu chegas, a terra treme do lado esquerdo
Trazes a assombração
As conjunções fatais
E as vozes negras da noite
Senhora do meu espanto e do meu medo
Senhora das marés vivas e das praias batidas pelo vento
Senhora do vento norte com teu manto de sal e espuma
Há uma lua do avesso quando chegas
Há um poema escrito em página nenhuma
Quando caminhas sobre as águas
Senhora dos sete mares
Conjugação de fogo e luz
E no entanto eclipse
Trazes a linha magnética da minha vida
Senhora da minha morte
Quando tu chegas, começa a música
Senhora dos cabelos de alga
Onde se escondem as divindades
Trazes o mar, a chuva, as procelas
Batem as sílabas da noite
Batem os sons, os signos, os sinais
E és tu a voz que dita
Trazes a festa e a despedida
Senhora dos instantes com tua rosa dos ventos
E teu cruzeiro do sul
Senhora dos navegantes
Com teu astrolábio e tua errância
Tudo em ti é partida
Tudo em ti é distância
Tudo em ti é retorno
Senhora do vento
Com teu cavalo cor de acaso
Teu chicote, tua ternura
Sobre a tristeza e a agonia
Galopas no meu sangue com teu cateter chamado
Pégaso
Senhora dos teoremas e dos relâmpagos marinhos
Senhoraa das tempestades e dos líquidos caminhos
Quando tu chegas, dançam as divindades
E tudo é uma alquimia
Tudo em ti é milagre
Senhora da energia 


quinta-feira, 8 de março de 2012

Rita Ribeiro, Há Mulheres



Dia internacional da Mulher...que seria de nós sem elas, cantoras, mães, amores, chefes, secretárias do lar, donas de casa, trabalhadoras,lindas e fascinantes, sofrendo na África ou com suas belas e equipadas cozinhas nos Estados Unidos, sonhando com dias melhores para seus filhos no interior do Brasil ....minha homenagem com essa linda 
música!