quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Cinzas do Passado - Wong Kar-Wai
Assistir Cinzas do Passado, hoje a tarde, foi como dar um mergulho nos impérios dos sentidos, dos sentimentos e da memória, três elementos que o diretor ativa insistentemente com seu cinema pulsante. Três elementos imprescindíveis para o entendimento da experiência humana
Do premiado Wong Kar-Wai é filme para poucos. Com uma trama que volta no tempo através do off das memórias do narrador, a história se desenrola em ritmo lento e no idioma original. O que pode ser mais um complicador para quem está acostumado ao “cinemão” americano. Mas o maior destque mesmo é o estilo de filmar cheio de cortes bruscos e, diálogos, às vezes curtos e quase sempre enigmáticos.O que para os amantes do bom cinema é uma delícia.
Kar-Wai realizou um filme de espadachim (wu xia), uma tradição chinesa que se popularizou mais no ocidente através de filmes como O Tigre e o Dragão. A história é contada por um matador de aluguel que revela para o espectador suas experiências de vida ao lidar com a morte. Para situar o espectador no tempo, utiliza-se legendas e as histórias acontecem nas estações do ano.
As cenas de ação são as típicas do gênero, sempre explorando algum detalhe das lutas, através do uso incessante da câmera lenta. A fotografia usa e abusa de recursos para explorar as cores,que criam uma obra de arte a parte. O resultado é singular.Destaque para a tomada em que é possível ver dois reflexos distintos em um espelho de água. Bela cena. Usada mais de uma vez.
Cinzas do Passado Redux é uma história de amor não correspondido. Mais do que isso, talvez, de um amor não entendido. Fala sobre perder chances na vida e querer recuperá-las. “Seria bom voltar ao passado”, diz um personagem. Ou, “a memória é a raiz dos problemas do homem”, diz outro.
O Filme será exibido novamente na mostra Cineastas Contemporâneos - Wong Kar-wai, no dia 12 de novembro às 19h na Caixa Cultural - Av Almirante Barroso, 25, ao lado do metrô Carioca.
Parabéns pelo blog. Adorei o texto sobre Cinzas do Passado. Sou muito fã dos filmes orientais. Eles as vezes podem nem ter enredos tão bons, mas só as belas imagens já fazem valer a pena.
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