sábado, 31 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Desejos
Aos amigos de verdade...
Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
99 anos do Rei do Baião
Há 99 anos, neste mesmo dia, nascia no pequeno município de Exu, interior de Pernambuco, um dos maiores artistas que o País já produziu. Filho de Januário com a cabocla Santana, Luiz Gonzaga Nascimento foi responsável não apenas por redesenhar o gênero do forró, mas por fortalecer de maneira decisiva sua difusão para além das fronteiras do Nordeste.
Maior responsável pela divulgação da música nordestina no resto do Brasil, Luiz Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu (PE). Filho de um lavrador e sanfoneiro, desde criança se interessou pela sanfona de oito baixos do pai, a quem ajudava tocando zabumba e cantando em festas religiosas e forrós. Saiu de casa em 1930 para servir o exército como voluntário. Viajou pelo Brasil como corneteiro, tendo baixa em 1939. Resolveu ficar no Rio de Janeiro, com uma sanfona recém-comprada. Passa então a se apresentar em ruas, bares e mangues, tocando boleros, valsas, canções, tangos. Por essa época percebe a carência que os migrantes nordestinos têm de ouvir sua própria música, e passa a tocar, com grande sucesso, xaxados, baiões, chamegos e cocos. Foi no programa de calouros de Ary Barroso e tocou seu chamego "Vira e Mexe", com grande aprovação do público e do temível apresentador, que lhe deu nota máxima. Depois de descobrir esse filão no mercado, Gonzagão começa a freqüentar programas de rádio - substituindo inclusive seu ídolo Antenógenes Silva - e a gravar discos, sempre com repertório de músicas nordestinas. Mais tarde passa a cantar também, e não apenas tocar sua sanfona, além de mostrar seu talento como compositor. Em 1943 apresenta-se vestido a caráter como nordestino, com bastante êxito. Seu maior sucesso, "Asa Branca" (com Humberto Teixeira), foi gravado em 1947 e regravado inúmeras vezes por diversos artistas até hoje. Trabalhou na Rádio Nacional e até cerca de 1954 teve seu auge de popularidade, um sucesso avassalador que lançou a moda do baião e do acordeom, além de obrigar todas as prensas de sua gravadora, a RCA, a trabalhar para atender aos pedidos de seus discos. Depois disso, com a ascensão da bossa nova, se afastou um pouco dos palcos dos grandes centros e passou a se apresentar em cidades do interior, onde sempre continuou extremamente popular. Nos anos 70 e 80 foi voltando à cena, em muito graças às releituras de sua obra feitas por artistas como Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gilberto Gil, seu filho Gonzaguinha e Milton Nascimento. Algumas de suas músicas mais conhecidas são as parcerias com Zé Dantas: "Vozes da Seca", "Algodão", "A Dança da Moda", "ABC do Sertão", "Derramaro o Gai", "A Letra I", "Imbalança", "A Volta da Asa Branca", "Cintura Fina", "O Xote das Meninas"; ou com Humberto Teixeira: "Juazeiro", "Paraíba", "Mangaratiba", "Baião de Dois", "No Meu Pé de Serra", "Assum Preto", "Légua Tirana", "Qui Nem Jiló". Outras parcerias que tiveram êxito foram "Tá Bom Demais" (com Onildo de Almeida), Danado de Bom" (com João Silva), "Dezessete e Setecentos" e "Cortando o Pano" (ambas com Miguel Lima).
É isto um homem?
Primo Levi, 1919-1987, judeu italiano foi um dos poucos sobreviventes de Auschwitz, o campo de concentração onde milhões de prisioneiros, judeus como ele, foram assassinados pelos nazistas. Sobreviveu para regressar a Turim, sua cidade-natal, e escrever um dos mais extraordinários e comoventes testemunhos dos campos de extermínio nazista.
Dedicou o resto da sua vida à procura incessante da resposta para a pergunta essencial de Auschwitz: “O que é um homem?"
Em ‘Isto é um homem?’, Levi descreve sua vida e a de todos os judeus que, após chegarem vivos até Auschwitz e sobreviver à primeira seleção, ficam trabalhando – e morrendo – nos campos de trabalho de Auschwitz-III-Monowitz e Birkenau.
O campo de Auschwitz-III-Monowitz, para onde ele foi despachado, também chamado de Buna-Monovitze ou de Buna, era um gigantesco complexo químico construído pela empresa IG-Farben. Todos os 15 mil prisioneiros do campo trabalhavam em regime de escravidão na instalação de uma fábrica de borracha sintética.
Levi viveu em Buna durante um ano, período em que morreram quatro quintos de seus companheiros, substituídos imediatamente por outros novos prisioneiros também destinados a morrer rapidamente. É de importância primordial para Primo Levi que o leitor entenda o processo usado pelos algozes alemães para “aniquilar um homem, transformá-lo em nada, em um número marcado na carne”.
Fazemos nossas as suas palavras: “Então, pela primeira vez, percebemos que à nossa língua faltam palavras para expressar esta ofensa: a demolição de um homem. Num instante, com intuição quase profética, a realidade nos é revelada. Chegamos ao fundo... Nada mais é nosso: tiraram-nos as roupas, os sapatos, até os cabelos; se falarmos não nos ouvirão e, se nos ouvirem, não entenderão... roubaram também nossos nomes e se quisermos manter-nos teremos que encontrar dentro de nós a força para tanto, para que, além do nome, sobre alguma coisa do que éramos”.
O primeiro alerta sobre como conseguir manter a humanidade dentro do Lager vem de um dos prisioneiros, um ex-sargento do exército austro-húngaro, que avisa Levi: “Campo é uma grande engrenagem para nos transformar em animais. Mas não devemos nos transformar em animais; até num lugar como este pode-se sobreviver para relatar a verdade, dar nosso depoi-mento. Destinados a uma morte quase certa, resta-nos uma única opção, que devemos defender a qualquer custo, justamente porque é a última: a de não permitir que nos façam virar um ‘nada’”.
Levi compara Auschwitz ao inferno retratado por Dante em sua obra “A Divina Comédia”. Em apenas duas linhas consegue descrever a vida nesse inferno: “Todos os dias, segundo o ritmo pré-estabelecido, Ausrücken ed Einrücken, sair e regressar; trabalhar, dormir e comer; adoecer, restabelecer-se ou morrer”.
Relata os detalhes do “cotidiano”: a impiedosa luta pela sobrevivência, as “seleções” feitas pelos nazistas dos prisioneiros destinados à exterminação, a fome insaciável, o trabalho desumano, a violência dos guardas, o frio e a imundície, as doenças físicas e mentais, as humilhações, a apatia que os derrotava... Acima de tudo, a necessidade de se adaptar ao inferno, onde tudo é proibido pela única razão de ser proibido. “A nossa sabedoria era não procurar entender, não premeditar o futuro, não nos atormentarmos acerca de como e de quando tudo acabaria, não fazer perguntas aos outros nem a nós mesmos”.
Primo Levi não se limita a deixar que os fatos falem por si sós. Ele os comenta. Enquanto escreve, tenta ele mesmo compreender a “lógica” por trás da barbárie nazista; e como a vida no Lager ia transformando, ou melhor, “deformando”, física e mentalmente, aqueles que conseguiam sobreviver. Estuda, com passiva aflição, o que resta de humano em quem é submetido à prova terrível de perder tudo que o identifica como tal. Em suas páginas lembra tanto dos que não agüentaram, sucumbindo perante o mal absoluto, como dos que sobreviveram, conseguindo manter sua humanidade.
Em janeiro de 1945, pressionados pelo avanço do exército russo, os alemães abandonam o campo levando consigo, a pé, no inverno polonês, os prisioneiros sadios. A maioria morreu durante a chamada “Marcha da Morte”. Mais uma vez a sorte fica ao lado de Primo Levi que, doente, com escarlatina, é abandonado na enfermaria do Lager com outros 800 prisioneiros doentes, mais de 700 dos quais acabam morrendo. Levi é um dos poucos que sobreviveu ao campo de extermínio do qual não estava previsto que alguém sobrevivesse.
Dedicou o resto da sua vida à procura incessante da resposta para a pergunta essencial de Auschwitz: “O que é um homem?"
Em ‘Isto é um homem?’, Levi descreve sua vida e a de todos os judeus que, após chegarem vivos até Auschwitz e sobreviver à primeira seleção, ficam trabalhando – e morrendo – nos campos de trabalho de Auschwitz-III-Monowitz e Birkenau.
O campo de Auschwitz-III-Monowitz, para onde ele foi despachado, também chamado de Buna-Monovitze ou de Buna, era um gigantesco complexo químico construído pela empresa IG-Farben. Todos os 15 mil prisioneiros do campo trabalhavam em regime de escravidão na instalação de uma fábrica de borracha sintética.
Levi viveu em Buna durante um ano, período em que morreram quatro quintos de seus companheiros, substituídos imediatamente por outros novos prisioneiros também destinados a morrer rapidamente. É de importância primordial para Primo Levi que o leitor entenda o processo usado pelos algozes alemães para “aniquilar um homem, transformá-lo em nada, em um número marcado na carne”.
Fazemos nossas as suas palavras: “Então, pela primeira vez, percebemos que à nossa língua faltam palavras para expressar esta ofensa: a demolição de um homem. Num instante, com intuição quase profética, a realidade nos é revelada. Chegamos ao fundo... Nada mais é nosso: tiraram-nos as roupas, os sapatos, até os cabelos; se falarmos não nos ouvirão e, se nos ouvirem, não entenderão... roubaram também nossos nomes e se quisermos manter-nos teremos que encontrar dentro de nós a força para tanto, para que, além do nome, sobre alguma coisa do que éramos”.
O primeiro alerta sobre como conseguir manter a humanidade dentro do Lager vem de um dos prisioneiros, um ex-sargento do exército austro-húngaro, que avisa Levi: “Campo é uma grande engrenagem para nos transformar em animais. Mas não devemos nos transformar em animais; até num lugar como este pode-se sobreviver para relatar a verdade, dar nosso depoi-mento. Destinados a uma morte quase certa, resta-nos uma única opção, que devemos defender a qualquer custo, justamente porque é a última: a de não permitir que nos façam virar um ‘nada’”.
Levi compara Auschwitz ao inferno retratado por Dante em sua obra “A Divina Comédia”. Em apenas duas linhas consegue descrever a vida nesse inferno: “Todos os dias, segundo o ritmo pré-estabelecido, Ausrücken ed Einrücken, sair e regressar; trabalhar, dormir e comer; adoecer, restabelecer-se ou morrer”.
Relata os detalhes do “cotidiano”: a impiedosa luta pela sobrevivência, as “seleções” feitas pelos nazistas dos prisioneiros destinados à exterminação, a fome insaciável, o trabalho desumano, a violência dos guardas, o frio e a imundície, as doenças físicas e mentais, as humilhações, a apatia que os derrotava... Acima de tudo, a necessidade de se adaptar ao inferno, onde tudo é proibido pela única razão de ser proibido. “A nossa sabedoria era não procurar entender, não premeditar o futuro, não nos atormentarmos acerca de como e de quando tudo acabaria, não fazer perguntas aos outros nem a nós mesmos”.
Primo Levi não se limita a deixar que os fatos falem por si sós. Ele os comenta. Enquanto escreve, tenta ele mesmo compreender a “lógica” por trás da barbárie nazista; e como a vida no Lager ia transformando, ou melhor, “deformando”, física e mentalmente, aqueles que conseguiam sobreviver. Estuda, com passiva aflição, o que resta de humano em quem é submetido à prova terrível de perder tudo que o identifica como tal. Em suas páginas lembra tanto dos que não agüentaram, sucumbindo perante o mal absoluto, como dos que sobreviveram, conseguindo manter sua humanidade.
Em janeiro de 1945, pressionados pelo avanço do exército russo, os alemães abandonam o campo levando consigo, a pé, no inverno polonês, os prisioneiros sadios. A maioria morreu durante a chamada “Marcha da Morte”. Mais uma vez a sorte fica ao lado de Primo Levi que, doente, com escarlatina, é abandonado na enfermaria do Lager com outros 800 prisioneiros doentes, mais de 700 dos quais acabam morrendo. Levi é um dos poucos que sobreviveu ao campo de extermínio do qual não estava previsto que alguém sobrevivesse.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Recanto Escuro - Gal Costa
Recanto Escuro
Eu venho de um recanto escuro
O sol, luz perpendicular
Do outro lado azul do muro
Não vou saltar
Eu chego às portas da cidade
E nada procuro fazer
Espero, nem feliz nem gaia
Acontecer
Não salto mas sou carregada
Por asas que a gente não tem
A luz não me fulmina os olhos
Nem vejo bem
Em breve só saio de noite
A lua não me rasga o peito
Cool jazz me faz feliz e só
Não tenho jeito
O álcool só me faz chorar
Convidam-me a mudar o mundo
É fácil: nem tem que pensar
Nem ver o fundo
O chão da prisão militar
Meu coração um fogareiro
Foi só fazer pose e cantar
Presa ao dinheiro
Mas é sempre o recanto escuro
Só Deus sabe o duro que eu dei
Mulher, aos prazeres, futuro
Eu me guardei
Coisas sagradas permanecem
Nem o Demo as pode abalar
Espírito é o que enfim resulta
De corpo, alma, feitos: cantar
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Recanto Gal - O melhor disco de 2011
Como manter a relevância musical num mercado onde o novo fica velho em pouco tempo? Como fazer um disco moderno, ousado e com toques vanguardistas para os padrões atuais, mesmo que o artista responsável por ele tenha uma carreira com mais de 40 anos? Gal Costa pode não ter todas essas respostas, mas "Recanto", seu trigésimo álbum de estúdio que será lançado no dia 6 de dezembro, fala por si só.
Idealizado, produzido e concretizado por Caetano Veloso, que compôs todas as canções, e com a ajuda de seu filho Moreno Veloso e do produtor Kassin – além da colaboração das bandas Rabotnik e Duplexx, "Recanto" é basicamente um trabalho de música eletrônica com a voz de Gal. Mas sua sonoridade não apresenta uma eletrônica fácil e certamente é algo nunca visto antes na carreira da cantora.
"É bastante ousado. Já fiz coisas tão ousadas quanto, especialmente no início da minha carreira. O disco é uma extensão do Tropicalismo”, afirmou Gal Costa em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (30) em São Paulo. “A ousadia da produção está no nosso DNA. O trabalho tem uma carga de agressividade estética e temática, que é de ponta”, complementou Caetano Veloso sobre "Recanto".
"É bastante ousado. Já fiz coisas tão ousadas quanto, especialmente no início da minha carreira. O disco é uma extensão do Tropicalismo”, afirmou Gal Costa em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (30) em São Paulo. “A ousadia da produção está no nosso DNA. O trabalho tem uma carga de agressividade estética e temática, que é de ponta”, complementou Caetano Veloso sobre "Recanto".
A ideia de criar um álbum de música eletrônica não surgiu da noite para o dia nos pensamentos de Caetano. “De vez em quando isso vinha na minha cabeça. Quanto mais eu pensava, mais eu via tudo na voz da Gal. Depois de assistir a um show dela em Lisboa, tive certeza que seria um disco da Gal com bases eletrônicas”. Já acostumada a interpretar canções de Caetano ao longo de sua carreira, Gal Costa não poupou elogios ao compositor. "Cantar só músicas dele é um prazer indescritível. Caetano tem a capacidade de fazer as coisas muito redondas para mim e pro meu canto. É um compositor que sabe escrever para a minha voz", afirmou.
Ela nega que “Recanto” tenha se inspirado em novas cantoras da MPB como Céu e Tulipa Ruiz. "Acho que é o contrário. Faço isso já há 40 anos", disse, rindo. Por outro lado, Caetano não quis esconder que a nova MPB "estimulou" suas composições e sua roupagem mais moderna. "[As novas cantoras] são exemplos auspiciosos".
Mas, se Caetano é responsável pela produção e composição das canções - além da ideia que envolve todo o projeto -, por que não assinar o trabalho ao lado de Gal? "Basta que esteja escrito 'todas as canções por Caetano Veloso'. É um disco da cantora, da pessoa que está ali botando a cara e a voz", explicou, citando como exemplo o álbum "IRM", de Charlotte Gainsbourg, cujas músicas foram feitas por Beck, que também produziu o trabalho.
Ela nega que “Recanto” tenha se inspirado em novas cantoras da MPB como Céu e Tulipa Ruiz. "Acho que é o contrário. Faço isso já há 40 anos", disse, rindo. Por outro lado, Caetano não quis esconder que a nova MPB "estimulou" suas composições e sua roupagem mais moderna. "[As novas cantoras] são exemplos auspiciosos".
Mas, se Caetano é responsável pela produção e composição das canções - além da ideia que envolve todo o projeto -, por que não assinar o trabalho ao lado de Gal? "Basta que esteja escrito 'todas as canções por Caetano Veloso'. É um disco da cantora, da pessoa que está ali botando a cara e a voz", explicou, citando como exemplo o álbum "IRM", de Charlotte Gainsbourg, cujas músicas foram feitas por Beck, que também produziu o trabalho.
A ousadia do novo trabalho não está só nas batidas eletrônicas, mas também nas letras, como é o caso da ótima “Autotune autoerótico”, em que a voz de Gal é artificialmente regulada para acompanhar o texto dos versos, além de faixas como “Neguinho”, “Recanto escuro” e “Miami maculelê” - esta uma homenagem ao funk carioca e entre as mais surpreendentes de “Recanto”. “Queria que as canções não fossem recatadas. Não evitassem ideias difíceis, nem palavras pesadas ou sons desagradáveis. Eu sabia que o ‘cool’ da voz da Gal poderia conviver com segurança e autoridade em meio a tudo isso”.
Entre os 11 temas, tanto Gal quanto Caetano concordam que “Tudo dói” é a canção mais representativa de “Recanto”. "Acho que ela sintetiza de uma forma totalmente diferente o disco e a bossa nova. Ela tem a estranheza, a irreverência, a beleza e a sonoridade ideias. Algo que, pra mim, é uma coisa maravilhosa", finaliza a cantora.
Traduzindo a sonoridade ao vivo
Com direção de Caetano Veloso, o show de "Recanto" terá uma Gal Costa acompanhada de forma econômica nos palcos. "A ideia é fazer [as apresentações] com um trio e com elementos eletrônicos, com alguém que saiba operar os sons pra complementar. Vai ser um prolongamento do disco com outras canções", explica Gal, que diz que sucessos como "Meu nome é Gal" e "Vapor barato" não ficarão de fora.
Com direção de Caetano Veloso, o show de "Recanto" terá uma Gal Costa acompanhada de forma econômica nos palcos. "A ideia é fazer [as apresentações] com um trio e com elementos eletrônicos, com alguém que saiba operar os sons pra complementar. Vai ser um prolongamento do disco com outras canções", explica Gal, que diz que sucessos como "Meu nome é Gal" e "Vapor barato" não ficarão de fora.
Cinco canções do aguardado ‘Recanto’ já podem ser conferidas na Rádio UOL!
http://www.radio.uol.com.br/#/volume/gal-costa/recanto/25110
• Recanto Escuro
• Cara Do Mundo
• Autotune Auterótico
• Neguinho
• Mansidão
Abaixo o remis de Neguinho:
Fonte: Notas Musicais , Mauro Ferreira