Um marco do cinema na década de 80, Asas do Desejo, narra a disputa entre o divino e o efêmero nesta reflexão de Wim Wenders sobre a existência humana.
Na Berlim gélida e devastada do pós-guerra, um batalhão de anjos vela pelas almas perdidas que sofrem e se desesperam em silêncio, como os anjos anjos Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander).
Eles assistem às desventuras terrenas, mas não podem sentir as dores e alegrias humanas. Damiel não escapa incólume de sua condição divina, ao se apaixonar pela trapezista Marion (Solveig Dommartin)e não poder consumar seu desejo. Para poder tocá-la, ele deve deixar de ser anjo e tornar-se humano, perdendo sua condição imortal. Para guiá-lo em sua escolha, surge Peter Falk (da série Columbo), um anjo caído que soube fazer a transição entre os dois mundos.
Com uma lentidão cercada de imagens em cor e preto-e-branco, focalizando o olhar de anjos e homens, Wenders construiu um dos filmes mais poéticos da década de 80.
É interessante a analogia que o filme faz com o fato de que, para algumas pessoas, amar, e entregar-se a esse sentimento, significa tornar-se fraco, mortal, humano...
ResponderExcluirConheço diversos casos, de pessoas que vivem sozinhas, pois, acreditam que ao se entregar aos sentimentos, se tornam vulneráveis... mas o que é o amor se não uma queda no abismo? acredito que o que faz do amor um sentimento tão temido, é o fato de ele traz em seu cerne a surpresa e o desconhecido.
Quem procura amar calculando todos os riscos e consequências, nunca irá amar de verdade, amor nunca será uma matemática, o amor está mais para a filosofia....