sábado, 25 de dezembro de 2010

Chet Baker - Prince of Cool


Chet Baker foi como um anjo que desceu ao inferno. No início da carreira, encantava as mulheres pela beleza e o canto suave. Vinte anos depois, era um junkie de rosto sulcado, perseguido pela polícia. Com seu trompete romântico, foi um dos criadores do "west coast jazz", a variante californiana do cool lançado por Miles Davis e Gerry Mulligan, e, como cantor, influenciou a bossa nova.


Chesney Henry Baker nasceu em Yale, Oklahoma, em 23 de dezembro de 1929, e se mudou com a família para a Califórnia, em 40. Na infância, começou a cantar na igreja e ganhou um trompete do pai. Aos 16 anos, alistou-se no Exército e começou a tocar em bandas militares.

Em 52, já como músico profissional, acompanhou Charlie Parker em turnê pela costa oeste. Em seguida, entrou para o seminal Gerry Mulligan Quartet, que criou o estilo "west coast". Suas versões de 'My Funny Valentine' e 'Moonlight in Vermont' com Mulligan são clássicas. Dois anos depois, ele conquistou um novo público ao lançar-se como cantor, à frente do próprio quarteto.

Apesar do sucesso, sua vida ia de mal a pior, com seguidas detenções por porte de heroína. Na Itália, onde morou nos anos 60, passou mais de um ano preso. O vício deteriorou sua reputação nos Estados Unidos, embora ele ainda fosse aclamado na Europa, onde, nos anos 70 e 80, gravou alguns de seus melhores discos.
Em 13 de maio de 88, Chet teve uma morte trágica, ao cair da janela de um hotel em Amsterdã. A causa do acidente tem duas versões: suicídio ou excesso de drogas. O que dá quase no mesmo.

Uma nova cinebiografia de Chet está sendo filmada e deve se chamar "Prince of Cool". Josh Hartnett ("Dália Negra", "Sin City", "Pearl Harbor") personifica o trompetista. Ele já foi retratado no documentário "Let's Get Lost", de Bruce Weber, lançado quatro meses após sua morte e indicado ao Oscar. E a ficção "Apaixonados Impetuosos (All the Fine Young Cannibals)", de 60, foi claramente inspirada no então jovem astro. O nome do protagonista, Chad Bixby (interpretado por Robert Wagner), fazia uma dupla referência: a Chet e ao pioneiro do dixieland Bix Beiderbecke, uma de suas maiores influências. E foi desse filme que a banda pop Fine Young Cannibals tirou o nome.

Embora não intencionalmente, o título de um filme estrelado por Chet em 55 parecia simbolizar sua tragédia pessoal: "Horizonte do Inferno". Ele atuou também em um filme italiano, "Urlatori alla Sbarra", de 60.
Bossa nova

A voz frágil e suave de Chet influenciou desde a bossa nova até Caetano Veloso. Não por acaso, ele acabou se aproximando de músicos brasileiros. Gravou com o pianista Rique Pantoja os discos "Chet Baker & The Boto Brasilian Quartet", e "Cinema 1". Em 85, veio ao Free Jazz Festival.






4 comentários:

  1. Sempre que passo por aqui fico mais encantada
    Este eu não conhecia.
    Amei os videos

    :)

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  2. Obrigada pelos comentarios e pelo carinho sempre la no blog . Seu blog tem um conteudo interessantissimo , é muito autentico e tals (:

    Feliz natal e um final de ano maravilhoso :* bjs

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  3. Tem selo de natal para você no meu blog.

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  4. É tão triste que grandes artistas tenham sempre o mesmo fim... Porque será que eles sofrem tanto pra se entregar a drogas e a morte?

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