quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mar...metade de minh'alma é feita de maresia...


        Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta - por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo

Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos

Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando

A voz das coisas que eu sei amar.
 E de novo caminho para o mar.

Sophia de Mello Breyner Andresen

9 comentários:

  1. legal este poema.. Não conhecia esta poetisa.
    Indiquei um selo ao seu Blog.
    Confira lá depois...
    valeu!

    ResponderExcluir
  2. Que lindo poema! Que palavras oportunas pra minha vida...

    Tais versos me definem:
    "As minhas mãos estão cheias
    De expectativa e de segredos"

    Obrigada por este post!

    ResponderExcluir
  3. Que belíssimo poema... =)
    Impossível ler somente uma vez!

    Um forte abraço, meu amigo.
    Te espero lá no blog ;)

    www.nicellealmeida.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. A tonalidade desse poema é algo que nos leva a uma reflexão. Muito bom quando uma poesia parece nos tocar a alma. Parabens!

    ResponderExcluir
  5. Aqui eu sempre descubro esses autores que valem a pena ser lidos. Você é ótimo, Evandro.

    ResponderExcluir
  6. Meu amigo,
    Vim te desejar um ótimo final de semana.
    Espero que vc esteja aproveitando ao máximo tudo por aí.

    Te espero lá no blog!
    www.nicellealmeida.blogspot.com

    ResponderExcluir
  7. Adorei este poema! Lido em voz alta soa como uma valsa... Acho que minh'alma também e feita de maresia...
    Abraço grande!

    ResponderExcluir
  8. O mar é isto mesmo: enigmático, que perdoa tudo e que nos hipnotiza por alguma razão.
    Bonito poema!

    Beijos

    ResponderExcluir