domingo, 16 de janeiro de 2011

Transamerica


Bree Osbourne (Felicity Huffman), de seu nome de nascença Stanley Schupak, é um transsexual que está a apenas uma semana de ser submetido à operação que vai completar o processo de transformação. O que não estava à espera era de descobrir que, de uma relação que teve à 17 anos atrás, tinha resultado um filho, Toby (Kevin Zegers). Apesar de não querer, especialmente nesta altura, mais complicações na sua vida, Bree vê-se obrigada pela sua terapeuta, Margaret (Elizabeth Peña), a ir conhecer o seu filho e a descobrir como vai lidar com esta nova situação. Como não se sente à vontade para dizer a Toby que ela é de fato o seu pai, decide começar uma viagem de forma a devolver Toby a quem o criou durante todo este tempo para que possa de novo centrar-se em si. No entanto esta jornada não se revela tão simples como ela desejaria.

Duncan Tucker consegue agarrar num tema controverso que ainda não foi excessivamente explorado e criar um filme que não tenta ser chocante apenas para ganhar audiência. A vida de Bree é como é. As suas escolhas não são tomadas para ser diferente mas sim para se parecer no exterior com aquilo que acredita ser no interior e como tal a sua vida é pacata e os seus esforços vão no sentido de se enquadrar com a sociedade. Mas acima de tudo, este filme é Felicity Huffman. É o poder da sua interpretação que o leva às costas ao longo dos mais de 100 minutos e não é por acaso, nem de uma forma injusta, que ela ganhou 7 prêmios, incluindo Globo de Ouro, e que foi indicada na época para o Oscar. Kevin Zegers faz também um bom papel (que acaba por ficar na sombra do de Felicity) e a sua personagem constrasta com a de Bree na forma como se relacionam com o seu corpo. Toby, devido ao que já teve de passar, está muito mais à vontade com a sua sexualidade do que Bree, que ainda não conseguiu encontrar o equilíbrio que deseja.

Transamerica, mais do que um filme acerca de transsexualidade, é uma reflexão sobre a família moderna. Uma família onde já nem só os filhos desafiam as barreiras da sociedade. Um road movie que nos leva a percorrer os EUA junto com Bree em busca da sua verdade interior.

6 comentários:

  1. Já me indicaram várias vezes este filme e eu ainda não vi. Seu post me deixou muito curioso. Gostei muito de sua análise. Em breve, quero poder comentar o filme depois de tê-lo visto. Um abraço!!!!

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  2. Tenho este filme entre outros...Muito boa a dica!
    Abçs*

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  3. Parece bem interessante este filme. Obrigada pela dica e pela visita ao Quintaneando. :)

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  4. gostei muito deste filme. Tema muito bem desenvolvido.

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  5. Esse filme é ótimo, já realizei um trabalho com ele, durante um encontro com os professores que coordeno. Inclusive tenho esse filme.

    abraços

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