sábado, 5 de março de 2011

Uma Deusa chamada Marlene



Fascinante!- era esta a palavra com a qual a alemã Marlene Dietrich era, e continua, a ser rotulada por muitos. Dançarina de cabaré, nem ela sonhava o furor que faria anos mais tarde.

Marie Magdelene Von Losch nasceu em Berlim, a 27 de Dezembro de 1901. O início da sua carreira foi duro até ascender ao patamar das estrelas. De início dançando em cabarés e teatros da cidade de Berlim, exibindo as suas belas pernas, Marlene Dietrich nunca teve qualquer pudor em exibir a sua homossexualidade. Era, por isso, uma mulher falada, distante dos padrões morais da Berlim daqueles tempos, ainda que os espaços noturnos para gays já proliferassem em abundância pela cidade.

Apreciava mulheres e homens, e isso era do conhecimento público. Marlene viria a casar-se com Rudolf Simmer, assistente de direção, embora a data certa seja um pouco discutível, sabendo-se que foi no início dos anos 20, possivelmente em 1924 Ainda assim, fala-se que Marlene nunca tenha deixado para trás a sua amante de longa data, Tamara, e que o seu anterior namorado, um padeiro de nome Willy Michel, a tenha marcado para sempre. Ainda assim, as biografias sobre a diva não falam deste homem. Depois de já ter sido mãe de uma menina, Maria Riva, o único rebento de Marlene conjuntamente com Rudolf, Marlene Dietrich foi descoberta por Josef Von Sternberg. Eram os finais dos loucos anos 20, tempo antes de Marlene ir para os Estados Unidos com o diretor e tornar-se uma estrela.

Foi com o ‘Anjo Azul’, em 1929, que o fenomeno Marlene Dietrich saltaria para o mundo. Fazendo o papel de um dançarina de cabaré, de nome Lola-Lola, este foi o filme que a lançaria para a rampa do sucesso e da sensualidade. ‘Da cabeça aos pés, eu sou feita para o amor’- esta foi a frase que marcou o filme ‘O Anjo Azul’, e que Marlene Dietrich interpretava. Hollywood abriu as portas para Marlene Dietrich, e a mítica ‘vamp’, como era conhecida, não mais parou na sua ascensão ao êxito.



Amante do homem que a lançou para o estrelato, Sternberg, Marlene Dietrich renunciou totalmente qualquer laço com os alemães por conta da Segunda Guerra Mundial. Dizia ela ser contra o nazismo, permanecendo assim no cinema americano e renunciando às artes cinematográficas alemãs. Chegou mesmo a ser encarada, por causa desta sua renúncia, uma traidora da pátria alemã. Sempre muito preocupada com a sua privacidade, Marlene Dietrich era uma mentirosa compulsiva. Muitas eram as situações em que dizia uma coisa, para tempos depois contradizer tamanha verdade. E, assim, são muitos os pontos de interrogação relativamente a várias situações da sua vida.

Fez também furor enquanto cantora, dando uma maior vida a esta sua faceta nos anos 50. Não que tivesse uma voz digna de um destaque notável, mas porque a rouquidão da mesma seduzia qualquer ouvido. Em meados da década de 70, por ocasião de um espectáculo em Sydney, Marlene teve um acidente que lhe valeu a fratura da bacia e perna. Nessa altura, foi viver em Paris com a sua empregada. Em cadeira de rodas, Marlene Dietrich não permitia que ninguém a visse. Essa imagem impotente, para uma das mulheres mais belas de sempre, era algo que a revoltava. Por isso, apenas a filha, netos, e o médico tinham permissão para a ver.

Afastada dos palcos e das telas do cinema, Marlene dedicou-se a escrever a sua própria biografia, ‘O ABC de Marlene Dietrich’, muito longe da realidade e dos seus próprios traços pessoais. Um ano após a sua morte foi lançado um livro da autoria da sua filha, que dá a conhecer Marlene Dietrich como uma mulher fria e violenta. A ‘devoradora de homens’, como assim ficou conhecida nos circuitos sociais e artísticos da época, foi uma mulher de muitos amores, tantos homens como mulheres. Aliás, o escritor Ernest Hemingway, apaixonado por Marlene durante muito tempo, escreveria mesmo que ‘ela pode derreter um homem com um levantar de sobrancelhas e destruir uma rival com o olhar’.

Segundo inúmeras biografias sobre Marlene Dietrich os seus envolvimentos amorosos foram diversos.Porém, na sua longa lista de relações, com homens e mulheres, estão também figuras públicas como foi o caso de Greta Garbo, Frank Sinatra ou John F. Kennedy. Marlene Dietrich foi uma mulher controversa, que mesmo depois de morta continua a ser motivo de notícia. O Anjo Azul faleceu a 5 de Maio de 1992, certa de que conquistou muitos corações.


4 comentários:

  1. Marlene foi uma artista completa. Gosto sobretudo de seu trabalho em "O anjo azul", fascinante. Excelente post, como sempre!!! Um forte abraço!

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  2. Fala Evandro,
    Rapaz, que ótima lembrança e matéria com essa verdadeira Deusa. Ícone do cinema sem sombra de dúvidas.
    Vida particular complicada e cheia de confusões, porém, sua obra está eternizada e é merecedora de homenagens.
    Bom domingo.
    Abraço

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  3. Gosto desses ícones que se expoem, que vão anos na frente, como um facho mostrando o caminho, gosto dos bois de piranha, dos que nâo têm medo. Dietrich era uma dessas, deixou pouca novidade para as novatas. Me lembro exatamente de quando ela morreu, meus amigos de Berlin, Martin, Andreas e Gordon foram ao enterro, todas montadas.
    bj angelo

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