Como esse é um dos posts que mais gosto resolvi republicá-lo. Espero que gostem!
"Nem homem. Nem Mulher. Gente." Assim os Dzi Croquettes se definiam. Era uma gente extraordinária que, em plena ditadura militar, ousou quebrar a rigorosa censura vigente no Brasil com irreverência e graça. Pense em um bando de 13 homens peludos e escrachados que subiam ao palco em vestidinhos, meias-calças, saltos altíssimos, maquiagem pesada, piscando imensos cílios postiços em performances de dança, esquetes de comédia em espetáculo inclassificável, mas tão único que arrebatava fãs por onde passava.
A irreverência foi tanta que por vezes foram proibidos de se apresentar no País. Mas caíram nas graças do público brasileiro e também do europeu, mais precisamente de Paris. É a história desta gente extraordinária que Tatiana Issa e Raphael Alvarez resolveram contar quando começaram, há quase três anos, as filmagens de "Dzi Croquettes". Misturando docudrama e cuidadosa pesquisa de arquivos com entrevistas inéditas e uma edição apurada, já integra a lista de um dos mais premiados e bem recebidos documentários brasileiros da história.
Por falar em brasileiros, vale lembrar que Tatiana e Alvarez vivem em Nova York e não contaram com o apoio de investidores brasileiros para realizar o filme. "Foi muito difícil explicar nosso objetivo aos possíveis patrocinadores. E mais ainda entender os motivos dos ''nãos''. Afinal, queríamos contar uma parte da história recente do Pais que os mais velhos já estavam esquecendo e que os mais jovens talvez nunca conheceriam. No entanto, esbarramos muitas vezes no preconceito escondido em relação aos temas que o filme levanta, como liberdade sexual, aids. Só na fase de pós-produção conseguimos o apoio do Canal Brasil", comentam os diretores.
Prêmios, prêmios... Se os investidores não entenderam a proposta, o público entendeu e premiou. "Dzi Croquettes" estreou no Brasil no Festival do Rio, em outubro de 2009, e saiu de lá como o melhor documentário segundo o júri popular e o oficial. Levou também o prêmio do público na Mostra de São Paulo, no Cine Fest Goiânia, no Torino GLTB Film Festival, e no Los Angeles Brazilian Film Festival. "Para quem fez o filme em um esquema totalmente pessoal, com uma equipe reduzidíssima, depois do horário de trabalho, vê-lo estrear é já um prêmio", diz Tatiana, que é atriz com vasto currículo, mas hoje trabalha no mercado financeiro em Nova York.
Fonte: Estadão.com.br
Que legal, nunca tinha ouvido falar neles!!
ResponderExcluirOpa, 1ª visita aqui, retribuindo a visita ao meu blog. Gostei muito desse post. Nossa bacana! Eu já havia ouvido falar neles, lutaram contra censura, preconceito, enfim.
ResponderExcluirAbraço Do Rambo rs...
Já ouvi falar deles. Um amigo é muito fã. Eles são de uma consciência que falta em determinados aspectos da arte, aquela que mobiliza de denuncia.
ResponderExcluirComo sempre,de parabéns, Evandro! :)
Assisti a esse documentário faz pouco tempo e é realmente muito bem feito. Uma história que valeu muito a pena ser revivida e recontada.
ResponderExcluirPena que ainda tenha de esbarrar no preconceito velado da sociedade e tenha sido exibida em pouquíssimos cinemas, até mesmo entre as salas específicas para documentários.
p.s.: obrigado pela visita e comentário no meu blog!=D
Liberdade, durante toda a História, foi conquistada à duras penas. Esse processo de luta continua por nóse pelos que vêm depois de nós.
ResponderExcluirImpossível não cansar de repetir que esse seu espaço é impecável.
AbraçÃO do amigo "Calcanhar" aqui.
Muito bom os Dzi ^^
ResponderExcluirfiquei encantada com o documentário.