quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dzi Croquettes



Como esse é um dos posts que mais gosto resolvi republicá-lo. Espero que gostem! 

"Nem homem. Nem Mulher. Gente." Assim os Dzi Croquettes se definiam. Era uma gente extraordinária que, em plena ditadura militar, ousou quebrar a rigorosa censura vigente no Brasil com irreverência e graça. Pense em um bando de 13 homens peludos e escrachados que subiam ao palco em vestidinhos, meias-calças, saltos altíssimos, maquiagem pesada, piscando imensos cílios postiços em performances de dança, esquetes de comédia em espetáculo inclassificável, mas tão único que arrebatava fãs por onde passava.
A irreverência foi tanta que por vezes foram proibidos de se apresentar no País. Mas caíram nas graças do público brasileiro e também do europeu, mais precisamente de Paris. É a história desta gente extraordinária que Tatiana Issa e Raphael Alvarez resolveram contar quando começaram, há quase três anos, as filmagens de "Dzi Croquettes". Misturando docudrama e cuidadosa pesquisa de arquivos com entrevistas inéditas e uma edição apurada, já integra a lista de um dos mais premiados e bem recebidos documentários brasileiros da história.
Por falar em brasileiros, vale lembrar que Tatiana e Alvarez vivem em Nova York e não contaram com o apoio de investidores brasileiros para realizar o filme. "Foi muito difícil explicar nosso objetivo aos possíveis patrocinadores. E mais ainda entender os motivos dos ''nãos''. Afinal, queríamos contar uma parte da história recente do Pais que os mais velhos já estavam esquecendo e que os mais jovens talvez nunca conheceriam. No entanto, esbarramos muitas vezes no preconceito escondido em relação aos temas que o filme levanta, como liberdade sexual, aids. Só na fase de pós-produção conseguimos o apoio do Canal Brasil", comentam os diretores.
Prêmios, prêmios... Se os investidores não entenderam a proposta, o público entendeu e premiou. "Dzi Croquettes" estreou no Brasil no Festival do Rio, em outubro de 2009, e saiu de lá como o melhor documentário segundo o júri popular e o oficial. Levou também o prêmio do público na Mostra de São Paulo, no Cine Fest Goiânia, no Torino GLTB Film Festival, e no Los Angeles Brazilian Film Festival. "Para quem fez o filme em um esquema totalmente pessoal, com uma equipe reduzidíssima, depois do horário de trabalho, vê-lo estrear é já um prêmio", diz Tatiana, que é atriz com vasto currículo, mas hoje trabalha no mercado financeiro em Nova York.
                                                Fonte: Estadão.com.br 

6 comentários:

  1. Que legal, nunca tinha ouvido falar neles!!

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  2. Opa, 1ª visita aqui, retribuindo a visita ao meu blog. Gostei muito desse post. Nossa bacana! Eu já havia ouvido falar neles, lutaram contra censura, preconceito, enfim.
    Abraço Do Rambo rs...

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  3. Já ouvi falar deles. Um amigo é muito fã. Eles são de uma consciência que falta em determinados aspectos da arte, aquela que mobiliza de denuncia.
    Como sempre,de parabéns, Evandro! :)

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  4. Assisti a esse documentário faz pouco tempo e é realmente muito bem feito. Uma história que valeu muito a pena ser revivida e recontada.
    Pena que ainda tenha de esbarrar no preconceito velado da sociedade e tenha sido exibida em pouquíssimos cinemas, até mesmo entre as salas específicas para documentários.

    p.s.: obrigado pela visita e comentário no meu blog!=D

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  5. Liberdade, durante toda a História, foi conquistada à duras penas. Esse processo de luta continua por nóse pelos que vêm depois de nós.
    Impossível não cansar de repetir que esse seu espaço é impecável.

    AbraçÃO do amigo "Calcanhar" aqui.

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  6. Muito bom os Dzi ^^
    fiquei encantada com o documentário.

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